Uma peça, Uma história
“Uma Peça, Uma História” é uma iniciativa do Museu de Portimão que pretende dar a conhecer objetos relevantes das suas coleções, e que não estão habitualmente em exibição.
Directamente dos barcos, inicialmente dos buques e mais tarde das enviadas, a sardinha saía do porão das embarcações para a fábrica S.Francisco dos “Feu Hermanos", e igualmente para a maioria das outras fábricas, situadas nas margens do rio Arade, através de cestos de vime transportados por um sistema mecânico, em movimento contínuo, mais conhecido por “vai-vem”.
Natural de Portimão de onde partiria aos 14 anos, José Augusto, transportou para o seu trabalho elementos do ambiente marítimo da sua terra natal, o brilho das águas do Rio Arade, as velas, os mastros e as formas dos barcos, presentes no quadro das “Traineiras”.
As garrafas mais antigas foram oferecidas ao Museu de Portimão, por Clemente Camarinha e por João Reis respectivamente em 12 e 28 de Maio de 2012, e têm a particularidade de terem sido produzidas no ano da revolução dos cravos. Quanto ao exemplar de 1989, foi adquirido no ano seguinte, aquando da abertura da primeira grande superfície comercial de Portimão, pelo casal Hélder Cadete e Maria Cecília Dias, o qual decidiu igualmente oferecer ao Museu, em 2 de Maio de 2012.
Com origem numa produção doméstica para família e amigos, a pastelaria Almeida abriu a porta, junto à zona ribeirinha de Portimão, em 1931, tornando-se uma referência de qualidade da doçaria regional.
Fotografia: Paulo Barata
Recuperada em Portimão, do leito do Rio Arade em Junho de 2011, pela Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática (IGESPAR, I. P.), com a colaboração do Museu de Portimão (MP) e do Grupo de Estudos Oceânicos (GEO).
Nesta máquina trabalhavam cerca de seis homens: o marginador metia a folha metálica na máquina, o impressor procedia à impressão das suas várias cores (uma cor de cada vez), outros dois homens metiam as folhas nos carros depois da impressão e os restantes dois retiravam os carros cheios, levando-os para a estufa e substituindo-os por outros vazios.
Quarenta e três anos depois de ter sido descoberta no fundo do rio Arade, a moeda de ouro romana, classificada como sendo uma “Aureus” de Faustina, do século II, regressa a Portimão, para integrar a título definitivo as coleções do Museu de Portimão.
Eram tempos duros e difíceis, onde os atrasos na hora de entrada de homens e mulheres se pagavam caro com horas ou dias de suspensão de trabalho e de salário.
Vai-Vem
Eles iam cheios para a “casa de descabeço” e aí dentro, antes que tornassem a sair, um operário mudava-os rapidamente para um outro “vai-vem” para que, ao passarem sobre as mesas, serem despejados de forma a fornecer a matéria-prima, para as operárias iniciarem imediatamente a primeira fase do processo de fabrico das conservas.
Ao reconstituir o antigo pontão e o “vai-vem” do transporte dos cestos, no seu local de origem, o Museu de Portimão procurou contribuir de forma museográfica e simbólica para uma melhor perceção desse inicial percurso ribeirinho, associado à história do mundo do trabalho marítimo e industrial, a que Portimão está profundamente ligado.
“Traineiras” | 1955 - Óleo sobre tela | José Augusto (1922-2005)
Garrafas de vinho | Cooperativa de Portimão
Encerrada em 1997, a adega de Portimão foi projetada em 1958, pelo arquitecto António Vicente Castro, com uma forte expressão modernista na organização dos espaços e formas.
Utensílios para a confeção de doçaria | Pastelaria Almeida
Anforeta
Sabia que o Laboratório de Conservação e Restauro do Museu de Portimão mantém esta peça, mergulhada em água, para tratamento de dessalinização (remoção total em várias águas, dos sais absorvidos ao longo do período de cerca de 400 anos, em que esteve no fundo do rio)?
Máquina litográfica
O horário de trabalho era das oito da manhã às cinco horas da tarde, com uma hora de intervalo para o almoço.
Áureus de Faustina
Esta moeda, designada “aureus”, foi cunhada entre os anos de 152 e 156 d.C., durante a vigência de seu pai, o Imperador Antonino Pio.
No inverso, mostra o busto de Faustina à direita, com o cabelo ondulado, apanhado sobre a nuca; apresenta a legenda FAUSTINA AUG. P II AUG FIL, ou seja, Faustina Augusta Pia, filha de Augusto, título ostentado pelo Imperador em curso, Antonino Pio.
No reverso, uma pomba caminhando e a legenda CONCORDIA.
Será meio-dia ou meia-noite, neste relógio de ponto?
Mas antes do relógio de ponto, outros eram os métodos de assinalar a entrada no trabalho, como o caderno onde se encontravam assinalados os nomes dos operários, que o mestre ia chamando e a que se respondia com um “presente” ou “estou aqui”, a lembrar os tempos de escola. Um outro método de chamadas eram as chapas, “uma espécie de redondela”, que se passavam de um quadro para outro assinalando as entradas e saídas da fábrica.”